quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Era uma vez um maravilhoso jardim, situado no centro do campo. O dono costumava passear pelo jardim, a sol do meio dia…. um esbelto bambu era para ele a arvore mais bela e estimada em todas as arvores e plantas do seu jardim. Este bambu crescia e se tornava cada vez mais lindo. Ele sabia que seu senhor o amava e que ele era a sua alegria.

Um dia, o dono pensativo aproximou-se do seu amado bambu. Num sentimento de profunda veneração, o bambu inclinou a sua cabeça imponente. O senhor disse ao bambu: ” meu querido bambu, eu preciso de ti ”

- O bambu respondeu : “senhor, estou pronto! Faz de mim o uso que quiseres.”

O bambu estava feliz , parecia ter chegado a grande hora da sua vida: O seu dono precisava dele e ele ia servi-lo.

Com voz grave , o senhor disse: “bambu, só poderei usar-te, se eu te podar!”

- ” Podar ? Podar a mim senhor, por favor, não fale isto. Deixe a minha figura. Tu vês como todos me admiram!”

- ” Meu amado bambu”

- a voz do senhor tornou-se mais grave ainda.

-” não importa que te admirem ou não. Se eu não te podar, não poderei usar-te”.

No jardim tudo ficou silencioso…até o vento segurou a respiração…finalmente o lindo bambu se inclinou e sussurrou

-”Senhor, se não me podes usar sem podar, então …fazes comigo o que queres”.

O senhor respondeu : ” Meu querido bambu, devo cortar as tuas folhas!”.

O sol escondeu-se atras das nuvens…umas borboletas afastaram-se assustadas. O bambu meio trêmulo, a meia voz disse: “Senhor, corta-as…”

-Disse o senhor novamente: “Ainda naõ basta, meu querido bambu, devo também cortar-te pelo meio e tomar-te também o coração. Se não fizer isso, não poderei usar-te.

” Disse o bambu – ” eu não poderei viver sem o coração!”

- “Devo tirar-te o coração caso contrario não poderei usar-te.

Houve um profundo silencio… alguns soluços de lágrimas abafadas…depois, o bambu inclinou-se até o chão e disse : “Senhor, poda, corta, parte, divide, me tome por inteiro e reparte”.

O senhor desfolhou-o, e decepou-o, partiu-o e tirou-lhe o coração. Depois levou-o para o meio de um campo ressequido, junto a uma fonte de onde brotava uma fonte de água fresca. Lá o senhor deitou cuidadosamente o seu querido bambu no chão. Ligou uma das extremidades do tronco decepado à fonte e a outra ele levou até o campo.

A fonte cantou boas vindas ao bambu decepado. As águas cristalinas se precipitaram alegres pelo corpo decepado do bambu e correram sobre o campo ressequido que por elas tanto havia suplicado. Ali plantou-se trigo, arroz, milho, feijão, …

Os dias se passaram, a sementeira brotou, cresceu, tudo ficou verde. E veio a colheita.

Assim, o tão maravilhoso bambu de outrora, em seu despojamento, em seu aniquilamento e humildade, transformou-se numa grande bênção para toda aquela região.

Quando ele era um grande e belo, crescia somente para si e se alegrava na sua própria beleza. No seu despojamento , na sua entrega, ele se tornou o canal do qual o senhor se serviu para tornar fecundas as suas terras.

E muitos, muitos homens e mulheres encontraram a vida, viveram deste tronco de bambu, podado, cortado, decepado e partido.

PARA REFLEXÃO: você é um instrumento do amor de Deus e como um canal deixe fluir as águas cristalinas da fonte da água viva que é Jesus.