terça-feira, 27 de outubro de 2009

A INVEJA


autor: Antonio Carlos Barro

Pensa-se que a inveja é desejar ter o que o outro tem.
Isso na verdade é a cobiça, também catalogada na
Bíblia como pecado. A inveja segundo o dicionário
é um misto de ódio e desgosto provocado pela
prosperidade ou alegria de outrem. Em outras palavras,
a inveja é a tremenda raiva que a pessoa desenvolve
porque o outro está bem, está feliz.
Existe uma fina distinção entre a inveja e a cobiça.
“A pessoa cobiçosa quer possuir os bens do vizinho,
enquanto que a pessoa invejosa lamenta esses bens.
Ela fica triste por causa de prosperidade do vizinho”
(W.F. May).
A inveja se desenvolve geralmente entre pessoas
que possuem
o mesmo nível de vida, a mesma profissão, os mesmos
relacionamentos, freqüentam os mesmos ambientes.
Se por exemplo, eu sou médico, eu não teria inveja do
Pavaroti, porque ele milita numa área diferente da minha,
mas se eu fosse cantor de opera provavelmente teria por
ter a capacidade que ele tem e não tem os méritos
que ele têm.
Veja ainda como as pessoas que freqüentam os mesmos
lugares morrem de inveja quando alguém recebe destaque
ou brilha mais do que o invejoso numa festa.
A inveja é também um sentimento interior que quase nunca
é revelado. É algo guardado no coração.
Olavo de Carvalho
na crônica ‘Dialética da Inveja’ diz: “A gente confessa ódio,
humilhação, medo, ciúme, tristeza, cobiça. Inveja, nunca.
A inveja admitida se anularia no ato, transmutando-se em
competição franca ou em desistência resignada. A inveja
é o único sentimento que se alimenta de sua própria
ocultação”.
O remédio para a inveja é amargo. A confissão deve ser
o primeiro passo. Confessar a Deus que nutre inveja por tal
e tal pessoa, que não suporta ver esse alguém sendo melhor,
que tem raiva quando alguém recebe um elogio e eu não.
Passada a confissão vem uma internalização teológica
importante.
Todos nós fomos criados a imagem e semelhança de Deus,
portanto, todos nós fomos criados com valores e virtudes e
existe espaço para todos nós no universo.
Em terceiro lugar passar a ação. Aqui creio que o apóstolo
Paulo nos ajuda na sua carta aos Romanos. Ele diz:
“Amai-vos cordialmente, uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros”. E ele vai além para
nos desafiar:
“Tende o mesmo sentimento uns para com os outros;
em lugar
de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde;
não sejais sábios aos vossos próprios olhos”.
Ser cristão é isso. O nosso problema será crer
se vale a pena
seguir a orientação da Bíblia ou tentar por
nossos próprios
esforços alcançar a felicidade. Quem não
é feliz com as
bênçãos de Deus ainda vai morrer de inveja!

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